sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Cada vez mais doente, graças ao INSS

        Preciso escrever pra diminuir um pouquinho a dor emocional.
        Mais uma vez estou sem receber o beneficio. Desta vez desde setembro. Como estamos em fevereiro...,seis meses...
        Dependendo do salário de meu marido que é professor municipal. Recebo ajuda de meus pais de vez em quando. Um irmão pagou os óculos que precisava urgentemente trocar pois estava com problemas  acentuados pelas lentes erradas produzidas pela ótica anterior. Estava calçando "sapatos apertados" há dois anos!
       Temos dois filhos adolescentes, e como muitos brasileiros, temos que dizer muitos nãos para eles.
         Deveríamos ter que dizer não a coisas supérfluas, a coisas que seriam negativas, mas não a coisas necessárias .
        As prefeituras estão quebradas e quem paga o pato são pessoas doentes que precisam de benefício para comprar seus remédios e continuar seu tratamento.
        Desta vez me liberaram porque a perita cometeu o descuido de colocar a data do dia da perícia como se eu tivesse ficado curada após a perícia.Foi como o INSS interpretou o fato de ela escrever que eu não tinha condições de trabalhar até o dia em que fui periciada.
         Ou seja. Até o momento em que ela estava me avaliando, eu não tinha condições laborais.
         Quem não passa por isso não tem ideia da revolta, da raiva que se sente. Sendo ou não cristã, a gente ferve.
          Tudo gira em torno do dinheiro.
          Minha advogada sempre conseguiu reverter essa situação,mesmo demorando, em todas as vezes que aconteceu. Mas até lá todo mes se vive na insegurança. Cada início de mes sinto pânico de ir no banco e ver que, novamente me foi negado um direito.
           E quando voltam a pagar, pasmem, não devolvem NADA dos meses anteriores, como se nada houvesse acontecido.
          Pessoas doentes já passam por tantas provações, não deveriam ter que passar por isso. Isso é Brasil. Sou apenas uma...entre tantos.
     

segunda-feira, 23 de julho de 2018

É preciso continuar.

       Enquanto estou aqui escrevendo e você lendo,muitas pessoas estão vivenciando coisas boas,maravilhosas.Outras estão sofrendo.Grau de sofrimento não se mede. Detesto (já escrevi sobre isso) aquela frase "Deus dá as maiores batalhas para seus melhores soldados".
       Quem sabe o quanto aguenta até estar de frente com a dor? Ninguém.
       Quem sabe o quanto cada um sofre com os mesmos problemas? Ninguém.
       Então, é preciso seguir em frente apesar de tudo e de todos. Existem muitas pessoas bem intencionadas que nos julgam mal,que querem ajudar mas acabam atrapalhando. Que tem pena,mas na verdade não fazem ideia do que você está passando.
       É preciso seguir em frente.
       Se você se queixa,julgam. Se você se cala, pensam que está tudo bem. Não,não está tudo bem.
       É preciso seguir em frente.
       Problema físico ou emocional,não importa. Buscar ajuda de quem realmente pode ajudar,isso sim importa.
       A religião pode causar muitos males,mas também pode ajudar a não afundar. Acreditar numa força maior que te ama e olha por ti,faz toda diferença. Às vezes mais que a família,que os amigos.
       Não importa se as pessoas da tua religião não te ajudem ou visitem como poderiam.
       Ás vezes pessoas de outras crenças te surpreendem com sua mão estendida enquanto os teus "irmãos de fé" estão dormindo.
       Mas o Deus que as envia é o mesmo. É preciso aceitar esta mão estendida sem preconceito . Não é necessário mudar de religião nem sentir-se um pecador.
        O Amor não tem religião. Ele apenas existe e age através das pessoas que o aceitam e compartilham.
        Esse sentimento maravilhoso faz a gente continuar,mesmo com o joelho ralado das quedas.
       O amor dos outros por nós,o nosso amor pelos filhos,pelos pais,por alguém ...é preciso conseguir perceber esse amor para sentir a presença de Deus.
       Sentir que apesar da dor podemos viver,ajudar, fazer algumas coisas por nós mesmos e pelos outros.
       Aprendi na catequese (aos nove anos) que todos temos uma missão aqui.
       Depois de passar pelos anos mais difíceis de minha doença comecei a perceber que posso fazer pouco,mas posso ser exemplo para muitos. Isso me deu uma energia tão grande,uma meta,uma direção.
      A dor tira a alegria,traz a depressão,mas não posso me deixar ficar no chão. Cada dia é uma batalha de resistência.
      Tenho marido e filhos. Além da dor física tenho os problemas normais de relacionamento que toda família tem.
      Os dias vão passando e a vida não pára e diz "Vamos esperar esta pessoa resolver este e aquele problema antes de seguir em frente!". Não é assim que funciona.
     É preciso continuar. Força,meu amigo,minha amiga. Tenha fé!
    Abraço.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Notícias boas...notícias ruins?

          A gente cansa de muitas coisas,não só fisicamente.Acho até que cansamos mais emocionalmente de histórias que não tem fim,ou parecem não ter.
          Um ano se passou e não tive mais ânimo para escrever.O que mais escreveria se nada de novo acontece? Pensando bem não queria mais escrever porque não aconteceram aquelas coisas que tanto gostaria de contar aqui.
         Queria contar que fui consultar novamente um médico (em Novo Hamburgo)e fiz todos os exames necessário para operar.Fizemos planos com minha família e iria ficar os meses necessários na casa de meus pais até me recuperar.Meu marido ficaria em Montenegro com meus filhos e iriam "se virar" sozinhos durante esse tempo e isso,sinceramente,me fazia perder o sono. Mas no final,tudo daria certo.
         Fiz exame do coração,densitometria óssea,vários outros para ter certeza de que poderia encarar uma cirurgia de tamanho porte. Iria colocar em torno de dezoito(18) parafusos na coluna.Perderia a mobilidade,mas diminuiria (se tudo desse certo) a quantidade de remédios que tomo.
         Gostaria de contar que tudo correu bem e estou sem dor,mas não foi isso que aconteceu. O médico quis fazer um bloqueio antes,para então passar para um tratamento menos invasivo pois ele claramente não queria fazer a cirurgia. Esclareceu que,operando, eu estaria trocando um problema por outro,que no futuro teria outras complicações em função dos parafusos.
         Comecei com os exames preparatórios para a cirurgia em novembro de 2017 e iria operar em abril de 2018.Fiz o bloqueio em 28 de fevereiro e passei muito,muito mal. Sei que para algumas pessoas ele funciona. Para mim foi um pesadelo. Depois tive outras complicações de saúde e estava já pensando que tinha um câncer ou algo parecido em gravidade de tão mal que fiquei por três semanas depois deste procedimento.
         Não deu o efeito esperado e eu desisti da cirurgia pois entendi como um "aviso" de que deveria aceitar minha condição.
        Quando fui procurar o médico para operar disse a ele que não aguentava mais viver com dor e por isso queria muito a cirurgia. Mas depois do bloqueio fiquei tão mal que só pedia a Deus que me permitisse ficar como antes que eu não reclamaria mais.
        Isso mesmo. A gente acha que não pode piorar, mas sempre pode.
        Não podemos prever o futuro e muitas coisas não fazem sentido.Achamos que as coisas estão ruins, mas então acontecem coisas que nos mostram que não estão tão ruins assim.
        Não sei o que aconteceria comigo se eu tivesse operado.Talvez eu tenha me livrado de uma cadeira de rodas ou de muito mais sofrimento de outras formas.
        Só sei que não era pra ser. O futuro...quem sabe?
        Nesse meio tempo cortaram meu benefício duas vezes. Além do sofrimento por causa da saúde,ainda este sofrimento extra me tira a paz e me deixa nervosa. Nervosismo e tensão causam mais dor na musculatura.
        A advogada que cuida de meu processo contra o INSS conseguiu mais uma vez fazer com que retornassem o pagamento.Mas eles não devolvem um centavo dos meses que não pagaram. Apenas voltam a pagar no mês seguinte como se nada tivesse acontecido.
        É revoltante. Assim como eu,muitos que precisam de dinheiro não só para viver mas para comprar remédios e fazer tratamento para suas doenças ficam reféns desse sistema podre.
        Se eu não tivesse direito ao plano de saúde de meu marido,não sei como seria.
        Tem muitas coisas erradas em nosso país.
       Queria poder contar coisas boas, resultados bons, dizer que a novela mexicana acabou mas infelizmente não posso...só posso dizer a quem está em situações difíceis por doença ou outras que segurem na mão de Deus porque é a única coisa certa que temos. Ele está sempre junto a nós, dando força e coragem. E valorizem muito a família.
       Nesse processo todo tive apoio de meus pais,irmãos e cunhadas,meus filhos e meu marido.
       É muito difícil viver com dor,mas mais difícil é viver sem amor. Obrigado Senhor,pela minha família!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Quem nos ama?

       Não parece egoísmo ,depois de famílias perderem tudo com um ciclone ou vendaval( como outros chamaram), ficar pensando na sua dor pessoal?
        Sim...parece. Mas somos assim mesmo.Carne,ossos e emoções.
        Dormir e acordar pensando em seus próprios problemas e sofrer por antecipação e por consequência também.
        Ensine-me por favor a colocar na prática os conselhos que dão sobre "não se preocupar".
        Esvaziar a mente e viver o momento presente.
        Tão lindo,tão convidativo e perfeito.
        Você consegue?Existe um nível de problema básico que permite ser mais fácil esquecer e viver cada momento como sendo único?
        Sim,cada problema precisa ser remoído e ruminado ,desgastado e então colocado naquela prateleira do cérebro que nos permite tirá-lo da frente dos olhos e seguir em frente. Assim conseguimos colocar nas mãos d'Ele. Mas só depois de remoer e desgastar.
       Tive uma grande alegria seguida de uma grande decepção e então isso não sai do meu pensamento.
        Pensei que tudo tinha acabado.Do que estou falando?
        Da minha saga infinita com as perícias do INSS. Foi uma vitória, não a que eu esperava,então tudo continua.O julgamento do meu caso foi bom.Esperava o fim dessa história,mas ainda tenho que passar algumas coisas,então vamos em frente!Não chegou ao fim.
        Estou acompanhando de perto como é ser tratado como qualquer um,como um sem nome,como nada.
        Assim como eu,estou bem ciente que inúmeras pessoas passam pela mesma Via Sacra dentro desta instituição injusta e desumana chamada INSS.
         Tenho uma advogada competente(quantos não podem pagar uma) e tiro do meu salário (quando estou recebendo) todo mês...para provar que não estou lesando esta instituição.
         Estou dentro de uma estrutura onde você é condenado e considerado culpado até que possa provar que é inocente.
         O certo não é o contrário?
         Falo por mim e por todos aqueles sem voz que estão sem receber e sem poder provar que merecem seu salário porque trabalharam para isso.Não se tornaram deputados nem senadores e deles foi descontado todo mês INSS para que,se e quando necessário tivessem assistência.ASSISTÊNCIA!
          Gente,por causa de minha situação, escuto histórias (reais) de pessoas que ganharam alta com problemas mais sérios que o meu,porque mandaram dar alta para todo mundo!Como assim?
          A justiça é lenta?Não,é parada! Cega também?
          Dias atrás postei no facebook um vídeo de uma agência do INSS de minha cidade sem funcionários para atender.
          Nem vou comentar do tratamento que recebemos quando temos mais contato com alguns deles.Não vou generalizar porque sempre há bons funcionários,mas ali juntaram-se alguns muito sem vontade...desculpe!Estou falando da agencia de minha cidade. Não tenho medo,na verdade estou tão "cheia" dessa situação que não me importo com represálias.
           São também insatisfeitos,talvez,com muitas coisas.
          Gosto de escrever e colocar de forma simples para que entendam e se posicionem e até me digam se estou errada, ou apenas precisava colocar em palavras uma grande indignação e um sofrimento social...como uma ferida que não cura em nossa sociedade que aceita tudo o que está errado porque tudo anda tão rápido que o que chocou ontem ninguém mais fala hoje.
          Repito que assim como eu,muitos...muitos estão sendo esquecidos e negligenciados.
          O perigo é a gente esquecer de ver tantas maravilhas dentro de nossa família e no dia a dia mesmo, pela dor e descaso. É muito difícil ser feliz assim...mas é necessário seguir em frente!
          Quem será por nós?Só Deus...Ele ,mais que ninguém,nos ama e sabe de cada lágrima.Ele tudo pode...mas através das mãos de alguém. Pode ser as suas mãos que vão agir por Ele.As minhas acabaram de agir aqui.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

De repente trinta...quarenta...cinquenta...

       Um dos meus filmes preferidos é "De repente trinta". Sim,é um romance.Amo ler e assistir filmes românticos e com quarenta e oito anos ainda acredito no amor.
       A  menina de treze está num closet e aguarda o menino que gosta para ,de olhos vendados,numa brincadeira de adolescentes,receber o  beijo tão esperado.
       De repente está adulta e trabalha numa agência de publicidade famosa e percebe que tornou-se uma pessoa asquerosa, nada legal.
       Cada vez que assisto, emociono-me com cenas onde ela percebe quanta coisa perdeu e como tornou-se alguém horrível para vencer na carreira. Isso é muito triste.
       Não tem amigos,não vê seus pais, não confia em ninguém.
       Admiro o desempenho destes atores que fazem a gente entrar na história tão água com açúcar,tão fantasiosa e ao mesmo tempo tão real, e sentir aquilo a que a história se propoe.
       O reencontro com seu ex-colega, que é apaixonado por ela desde o tempo da escola, traz a esperança e sentimentos bons.
        Mas ele lhe lembra ,prestes a se casar com outra,que não é possível voltar no tempo...
        Dura realidade. Dura demais ,ás vezes, se não houver mais tempo para repensar sua vida.
        Passei ,neste verão,duas semanas com meu marido,meus filhos e com meus pais na praia.
       Meus pais tem mais de setenta anos, e estão,graças a Deus e aos seus muitos cuidados com a saúde,muito bem.
        Mesmo assim são perceptíveis as mudanças físicas de cada um, e o declínio que a idade impõe em algumas atitudes,no comportamento ,nos diálogos,e cada ano que passamos este tempo juntos é um aprendizado.
        Todos nós mudamos a cada ano e vamos nos tornando quem? Precisamos gostar muito de quem nos tornamos para que os outros também apreciem conviver conosco.
       Foi uma convivência tranquila apesar da diferença das idades entre o mais novo e o mais velho.
       Para os netos é uma oportunidade de aprendizado,porque observam como seus pais tratam os seus avós. Exemplo mais,muito mais que palavras...
       Assim aprendem a respeitar e amar, ouvir e apreciar passar um tempo jogando UNO,BINGO ou outro jogo que exercite a paciência e ao mesmo tempo proporcione boas risadas.
      Meu pai com setenta e dois anos jogou frescobol com meu filho na praia e achei isso fantástico.Até meu filho ficou surpreso pela tentativa e sucesso do avô.
       Meus filhos tem admiração também pela avó que tem uma resistência incrível graças a caminhadas diárias e alimentação saudável.
       Eles têm seus problemas,suas manias, seus defeitos e suas virtudes como nós temos os nossos.  São muito religiosos e muito convictos de suas ideias. Têm seus amigos e são independentes ,não são empecilhos nem peso na vida dos filhos.Pelo contrário,são amigos e muito ajudaram e ajudam sempre que podem.
       Minha mãe teve uma experiência horrível ano passado quando foi atropelada por um ciclista e quebrou a clavícula esquerda e algumas costelas.
       Na praia vi como recuperou-se bem graças a vida que levam. São um exemplo para muita gente jovem.
     Quando saímos de casa,da casa onde crescemos, acabamos criando nosso próprio sistema,nossos hábitos mudam,nem todos,mas acontecem muitas adaptações e ao retornarmos ou passarmos novamente um tempo com nossos pais é necessário uma readaptação de todas as partes.
        Sair da rotina é bom para todos,faz com que tenhamos que pensar e encontrar uma maneira que fique agradável para todos a maior parte do tempo.
        Nem sempre é fácil.
         Tenho a sorte de ter pais que respeitam muito seus filhos e suas escolhas,e um marido que também respeita a idade e os costumes dos sogros.
        Então é possível ter um bom convívio. Sei que isso é cada vez mais raro. Nesse ponto uma educação religiosa ajuda pois há respeito,cuidado com o outro,fé e esperança.
        Precisamos viver cada dia com atenção,ser vigilantes em nossas escolhas e atitudes,porque se não tivermos cuidado em nossas relações,um dia nos daremos conta que estamos com setenta ou oitenta anos e então...o que queremos ter em nossas vidas?
       Recebo todos os dias e repasso mensagens lindas pelo WhatsApp que tentam nos fazer pensar,agir com maior alegria e discernimento.
      Se tivermos a graça de envelhecer, quero pensar que terei uma solução para minha coluna para poder desfrutar da velhice com alguma qualidade de vida, espero tornar-me uma pessoa tranquila e fácil de lidar, lúcida e independente.
      Quero poder visitar meus filhos sem causar desconforto nem constrangimentos,mas se assim não for, porque nem tudo sai conforme planejamos,que eu simplesmente não me arrependa das escolhas feitas ao longo dos anos.
       Que nossos filhos possam conviver conosco (quero meu marido comigo por muito tempo ainda) e que sintam-se bem.
        Não são apenas negócios ou operações comerciais que precisam ser pensados e planejados.
        Seja lá qual for a idade que alcancemos,que não nos deparemos com arrependimentos,nem precisemos ficar nos justificando ou inventando histórias para sermos aceitos,mas tenhamos orgulho de nossa idade e nossas conquistas.
        Se não tivermos tempo hoje para pensar sobre o rumo que nossa vida tomou...quando teremos? O tempo não volta.
     

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Pensamentos insanos.

    Às vezes assusto-me com meus próprios pensamentos e sentimentos. Você também?
    Quando saio sozinha pelas ruas e começo a observar as pessoas que passam por mim,cada uma passa tanto sentimento e dor,algumas passam tanta coisa...
     Hoje mesmo saí pela manhã caminhando,e  imaginei uma rua cheia de pessoas cada uma com um daqueles balões de histórias em quadrinhos sobre sua cabeça ,cada balão contendo tantos pensamentos diferentes...às vezes sinto coisas muito estranhas...
    Em casa,deitada para descansar a coluna, fecho os olhos e vejo a vida de outras pessoas,é algo muito estranho e ao mesmo tempo tão comum pra mim. São pessoas que não conheço e nem sei se existem,mas na minha mente existem sim. Cenas como em filmes rodam em minha mente e fico sentindo o que cada pessoa sente como se cada uma delas fosse eu.
    Às vezes penso ser resultado dos remédios para dor que tomo diariamente que pode estar interferindo em minha sanidade,outras apenas delírio ou imaginação pura.
    A verdade é que as outras pessoas me importam tanto que não consigo pensar muito  em quanto cada um sofre e passa por coisas difíceis na vida. Sofro por elas.
    Todos temos que passar por nossa história. Não existe página em branco,nem vida inútil.
    Já disse e repito que todos poderiam escrever uma história,a história de sua vida.
    Sinto muita pena quando vejo mulheres com crianças muito humildes entrando em lojas e olhando,olhando e olhando...porque não dá para comprar.
    Homens caminhando tão sem esperança,sem força para continuar.
    É tão fácil condenar o bêbado,o drogado,que não é forte o suficiente para encarar a realidade.
    Quem é forte o suficiente para encarar de frente a vida?
    A cada dia mais e mais pessoas recorrem a subterfúgios lícitos ou não para conseguir encarar-se no espelho no começo e no fim do dia, porque a vida é dura demais para muitos.
    Os meios de comunicação continuam vendendo a ilusão de felicidade no copo de bebida,no carro potente,na roupa de marca, e nós continuamos procurando uma maneira fácil de ter prazer ilimitado.
    A ilusão é essa:ser feliz é ter prazer ilimitado.
    Andamos todos atrás de esperança, procurando aquilo que dizem ser o ideal,o melhor para nós.
    A pessoa perfeita,o mundo perfeito...
    Andamos em busca de ilusões.
    Isso me fez lembrar aquele seriado que ,numa nave,os tripulantes tinham acesso a uma sala onde era possível criar o ambiente desejado,com pessoas desejadas e ter verdadeiras viagens psicodélicas com pessoas e lugares ilusórios.Quando apertava um botão tudo desaparecia e era preciso voltar à realidade.
    Sabe de que estou falando?
    Vivemos procurando criar ao nosso redor uma imagem segura e feliz.
     Que grande desafio fazer isso com o que  e com quem temos ao alcance de nossas mãos.
     Sinto-me depressiva quando saio de casa e vou a lugares muito cheios,porque sinto a tristeza das pessoas ao meu redor. Isso,muitas vezes me sufoca.
    Quando estou com um grupo conhecido os sentimentos ficam mais fortes,mas é sempre um desafio desligar destes sentimentos e apenas conversar.
 Sim,sinto os sentimentos bons também,é claro.
   Conversa meio maluca,não?Quem é perfeitamente são?
   Aprendi a reconhecer minha leve insanidade e amar aquilo que sou ,o que não foi nada fácil.
   Amar a si mesmo é outro grande desafio.Para alguns o narcisismo é fluente,no meu caso foi uma luta aceitar-me e amar-me como sou.
   Ainda estou trabalhando nisso.
    Não almeje viajar para muito longe,se ainda não viajou para dentro de si mesmo.
    Esta é a grande viajem,a mais complicada e que a maioria evita por medo e por ignorância.
    Alguns gastam fortunas viajando para lugares exóticos,em busca de algo que está dentro de si,tão perto e ao mesmo tempo tão longe,
     O ser humano é tão complicado...concorda?Boa sorte!Feliz Ano Novo!

domingo, 18 de dezembro de 2016

Esperar ou fazer.

    Que época é essa que traz sentimentos tão controversos? A gente tenta animar ,em primeiro lugar a si mesmo, por causa do sentido do Natal que é esperança para nossas vidas, e no entanto encontramos tanto desânimo fora e dentro de nós.
     Tudo fica tão lindo,quem pode vai a Gramado e Canela para contagiar-se do espírito natalino, mas basta voltar e tudo continua igual. Não é?
     Fazem muitos anos que não posso fazer esta viagem,mas vejo fotos e postagens lindas nos meios de comunicação. Por lá,parece que todo mundo fica feliz...
     Será culpa do momento político que estamos vivendo?Tanta insegurança, tanto absurdo acontecendo, sempre o lado mais fraco pagando a conta e alguns nada sentindo no bolso.
     Ouvi cada justificativa ridícula para aumentos e descontos,como se o décimo terceiro salário não viesse simplesmente para aliviar o sufoco de quem passa o ano enforcado...
     Está tão difícil viver o espírito natalino,que a frase "O dinheiro não traz felicidade" não cola mais.
     Quem consegue ser feliz quando falta para coisas básicas?
     Bem,talvez o grande desafio seja mesmo esse: apesar de tudo,vamos buscar dentro de nós o espírito do Natal.
    Seria fácil amar todo mundo se todo mundo fosse perfeito.
    Seria fácil ser feliz se não tivéssemos problemas.
    Seria fácil sorrir para todos se não houvesse corrupção, egoísmo ,preconceito, discriminação, nem miséria.
    Mas enquanto houver seres humanos,vamos viver com tudo isso.
    Não podemos aceitar de braços cruzados,mas também não devemos nos desesperar.
    Vamos aproveitar estes tempos difíceis para buscar dentro de nós o essencial que nos dará forças para continuar com tudo e todos que dificultam nossa existência.
    Esses momentos religiosos servem para isso: nos lembrar de buscar o essencial,o mais importante em nossas vidas.
    Que não sejamos nós quem dificulta a vida de nosso semelhante.
    Que não sejamos nós a causar dor de forma alguma.
    Que sejamos nós aqueles que vão dar esperança e ajudar alguém a sorrir neste tempo tão difícil com palavras e atitudes simples mas de grande efeito...
    Se estamos esperando que algo ou alguém apareça para melhorar alguma situação ou momento,que nossas atitudes e palavras façam a diferença na vida de alguém.
    Com certeza colheremos os frutos.
    Feliz Natal!